terça-feira, 29 de abril de 2014

Entrando no quarto de Van Gogh - 2



     Segundo a Funalfa, antes mesmo do último fim de semana do projeto, que ficou na Galeria Arlindo Daibert do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM) de 4 a 27 de abril, cerca de mil pessoas já haviam visitado a exposição. E os responsáveis, ainda em pleno sábado, o penúltimo dia, tinham expectativa até superior, em função da quantidade de fotos feitas e distribuídas. Qualquer que seja a quantidade final de visitantes, o projeto foi sem dúvida um sucesso!












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"O quarto do artista em Arles",
 o quadro original de Van Gogh




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O cenário do projeto
A primeira imagem é uma pintura em 2D,
a segunda é uma foto de um cenário real em 3D.


     O projeto alcançou uma série de resultados importantes, nos campos artístico e educacional, por exemplo. Visitantes jovens puderam aprender sobre Van Gogh e ser estimulados a um interesse pela pintura e pela arte. 

     Mas o mais impactante, pelo menos aos olhos do JF em Foco, é a concepção geral, a construção e a realização do próprio projeto.

     Há o aspecto de inovação. A concepção é inovadora, ao pretender trazer uma representação visualmente bidimensional para um ambiente tridimensional, e ainda mais ao possibilitar que o público adentre o ambiente. E o do ineditismo. Pode até ter sido realizada antes, mas certamente na cidade é inédita - se não o for em terrenos bem mais amplos por aqui. No estado? No país?

     A concepção geral, como já mencionado na primeira matéria do JF em Foco, é de Rafael Ski.


O cenário no CCBM
     Outro aspecto importante, o da precisão técnica na execução. O projeto cenográfico ficou a cargo do arquiteto Luiz Claudio Santana que, a partir da elaboração de uma maquete eletrônica do ambiente do quarto (um modelo em 3D, com utilização de programas comuns em arquitetura), partiu para o detalhamento da reprodução do quarto, janelas, móveis, utensílios, etc. Em seguida, o marceneiro Yuri Resende foi incumbido de executar o projeto. Uma ampla equipe foi montada para toda a realização. E merece nossos parabéns pelo resultado alcançado!

     Se fosse uma mera reprodução, seria bem mais fácil, mas ela precisava ser construída de modo a permitir que, além de receber o público em seu interior, pudesse reproduzir, em uma fotografia, novamente o aspecto bidimensional do quadro.

     Explicando assim, fica tudo bem entendidinho. Mas ver foi outra coisa. Projetos tridimensionais como este têm uma característica: o resultado engana a visão, passa ao cérebro uma mensagem que lhe dá de fato a impressão de três dimensões. É o que ocorre, por exemplo, naquelas propagandas atrás da linha de fundo, nas partidas de futebol. Portanto, ao entrar na galeria e ver o produto final, vem mais um impacto e tanto!  "Entrar no quadro", participar, foi muito empolgante e divertido! E aí temos mais um aspecto muito interessante do projeto, o aspecto lúdico -  quase mágico! A brincadeira é muito boa! :-) Principalmente para jovens visitantes, mas quem disse que os marmanjos também não gostam?

     E visitar os sites do projeto, entender o que tinha sido feito, ver as fotos da montagem, foi quase tão bom quanto visitar a exposição.

     Outro aspecto a destacar, naturalmente, é o componente da fotografia no projeto. Em primeiro lugar, foi determinado o ponto de vista  exato de onde, tomada uma foto, a perspectiva do ambiente do quarto reproduziria exatamente a imagem do quadro original - com os visitantes acrescentados, claro! Precisamente naquele ponto foi instalada uma câmara, que fotografava os visitantes na posição que escolhessem no "quarto de Van Gogh".

(Por sinal, a falha na foto do cenário é do fotógrafo do JF em Foco,
que não escolheu o ponto correto para a tomada!! :-)

     A foto era armazenada em um computador e impressa na hora, podendo ser levada pelos visitantes. E ainda era usado um programa de efeitos de imagem para "imprimir", digamos assim, um efeito "impressionista" à foto. Ao longo do período da exposição, porém, a impressora teve problemas técnicos e deixou de ser usada, mas as fotos continuaram sendo disponibilizadas aos visitantes nos sites do projeto no flickr e no facebook (links abaixo). Assim, ainda havia o aspecto tecnológico do  projeto, permitindo um eventual primeiro contato e conhecimento (ou atraindo os já usuários) com computador, fotografia digital, edição de imagens, sites de compartilhamento de fotografia, redes.

     E acabou? Que nada! o projeto ainda incluiu a produção e edição de um álbum em quadrinhos, com pesquisa de Rafael Ski, roteiro de Homero Rodrigues e arte de Teo (seria o Theo Van Gogh, irmão de Vincent?? :-). 

     Na avaliação final do blog, um projeto extraordinário! Merece um tour por diversos museus brasileiros e, quem sabe, não poderia ir parar no Van Gogh Museum, em Amsterdam? Fica aí nossa ideia dada aos artistas. E atenção, curadores de museus, para a oportunidade!






Veja a cobertura completa da exposição no JF em Foco.

Veja a cobertura de outros projetos de Rafael Ski no JF em Foco.

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O quarto do artista em Arles
esteve na Galeria Arlindo Daibert do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)
De 4 a 27 de abril de 2014
Avenida Getúlio Vargas, 200 - Centro
3690-7051 / 3690-7052

Referências  


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